ESQUADRILHA DE OVNIS

Este não é propriamente um estudo de caso, trata-se mais de um exercício de pesquisa, revisitando um fato (ou acontecimento ufológico) ocorrido no início da década de 70, mais precisamente na noite de 08 de fevereiro de 1972, em Porto Alegre e outras cidades do Estado do RS(*).

Nesta data, numa noite quente de verão, com um céu estrelado, varias pessoas de diversas cidades do Estado, entre elas Pelotas, Porto Alegre e Gravataí, testemunharam a passagem de uma esquadrilha de óvnis em formação. Alguns ufólogos e seus respectivos grupos, na época, relataram em seus boletins ufológicos o acontecimento. Na opinião de outros, alguns, formadores de opinão, o evento não passou de fenômenos meteorológicos, rastros de foguete ou de meteoritos.

Na prática o que ocorreu naquela noite foi o avistamento em massa de uma esquadrilha de ovnis. Afirmo isso pois tenho o testemunho ocular, da época, de pessoas da mais alta confiança, e dentre eles, os meus pais. Este é um dos motivos de revisitar esse caso.

Nas muitas conversas sobre ufologia com meu pai, o mesmo me surpreendeu um dia informando que havia testemunhado dois avistamentos ocorridos na década de 70, um de um possível rastro de um óvni em formato de disco e outro da passagem de uma esquadrilha de óvnis sobre Porto Alegre, testemunho esse feito durante a festa de aniversário de uma sobrinha em 08/02/1972. O relato desse último avistamento, o da esquadrilha, me pareceu interessante e curioso, o que me motivou uma pequena pesquisa. Nessa pesquisa, primeiramente pela internet, me deparei com a citação da passagem da esquadrilha de ovnis sobre Porto Alegre na data em questão. Três boletins ufológicos da época registravam o evento: Os boletins nº 81/84 (1971/1972) e 85/89 (1972) da Sociedade Brasileira de Estudos do Discos Voadores – SBEDV, do Rio de Janeiro(RJ), e o Boletim nº 01(1972) da Sociedade Pelotense de Investigação e Pesquisa dos Discos Voadores – SPIPDV. Inicialmente entendo que houve a ocorrência de uma esquadrilha de óvnis na noite de 08/02/1972, entretanto confrontando os relatos e seus respectivos horários podemos suspeitar que ocorreram simultaneamente o sobrevôo de duas esquadrilhas de ovnis sobre nosso estado (RS). As divergências mínimas sobre a quantidade de objetos observado e hora exata de observação podem gerar essas distorções, porém não comprometem, ao meu ver, a credibilidade dos fatos.

Apartir dos boletins da SBEDV, obtemos as informações disponibilizadas, através de correspondências enviadas, pelo ufólogo português, radicado no RS e recentemente falecido, José Victor Soares (GIPOVNI). As informações de José Victor, resumidamente, dão conta de que na noite de 08/02/1972, ele, juntamente com sua esposa, observaram uma luz vermelha, que não piscava, voando a 1000 m de altitude, aproximadamente, por volta das 20h30mim, observação essa que deixou o casal em alerta para novas possíveis observações no decorrer da noite. E elas vieram. Por volta das 23h , nos fundos da sua residência, no Bairro Vila Barnabe, em Gravatai, municipio vizinho de Porto Alegre  (+/- distante 23 km), José Victor e sua esposa testemunharam a passagem de dezenas de objetos esbranquiçados, arredondados, em formação retangular e com os mesmos possuindo caudas luminosas de comprimento variado. Pelas observações de José Victor, a forma geométrica da esquarilha, a posição fixa dos objetos entre si e o deslocamento retilíneo desfazem qualquer hipótese de que os mesmos fossem meteorítos , bolidos e artefatos espaciais terrestres.

BOLETIM SBEDV 81/84                                    BOLETIM SBEDV  85/89   

Já pelo boletim nº 01, da SPIPDV, produzido e editado, pelo grande ufólogo Pelotense, já falecido, Luiz do Rosário Real, o mesmo reporta que na noite de 8 de fevereiro de 1972, vários objetos luminosos, em forma de bolas de fogo, passaram sob os céus de Pelotas (+/- 230 km de distância de P.Alegre). Seguiam em sentido horizontal, na direção sul-norte. Dos objetos desprendiam-se chispas multicoloridas e notava-se um ligeiro “chiado”. Foram observados por grande parte da população. Testemunhas entrevistadas pelo Sr. Rosário confirmam o avistamento e a posição da esquadrilha vindo do sul em direção ao norte, rumo a Porto Alegre, por volta das 23 horas.


O jornal Correio do Povo, de Porto Alegre, na sua edição de quinta-feita, 10 de fevereiro de 1972 registra o fato com título da reportagem “Fragmentos Coloridos de Grande Beleza Sobre os Céus de Porto Alegre”. O periódico relata a passagem de um grupo 15 globos luminosos em formação, no sentido sudoeste-nordeste, desprendendo chispas multicoloridas. Revela ainda que os objetos foram observados em diversos pontos de Porto Alegre, grande Porto Alegre e litoral.


Avistamento na Argentina

Nesta mesma noite de 08 de fevereiro e na madrugada de 09 de fevereiro, a aproximadamente 700 km dos avistamentos ocorridos no Rio Grande do Sul, quase no mesmo horário, porém em outro país, na Argentina, avistamenos semelhantes também ocorreram. Mais precisamente nas regiões de San Nicolas , Mar del Plata , Bahia Blanca e Rio Negro. Não tive confirmação de avistamentos no Uruguai nestas datas , entretanto tudo leva a crer que uma "onda" de avistamentos de ovnis ocorreu no sul do continente neste período.



Atualização: 10/05/2019

O levantamento de informações continua. Tivemos a satisfação de termos a contribuição de mais uma testemunha do avistamento da esquadrilha. Trata-se do Sr. Paulo Tafras. Abaixo segue o relato da testemunha:

RELATO SOBRE AVISTAMENTO DE DISCOS VOADORES EM PORTO ALEGRE/RS DA DÉCADA DE 70(*).  

Porto Alegre, 18 de dezembro de 2018. 

Antes de iniciar o relato, gostaria de tecer alguns comentários sobre o momento que vivíamos àquela época.  

Até a noite do episódio, não tinha consciência sobre a existência destes fatos, apesar dos filmes sobre discos-voadores que eram exibidos na televisão, como: o Dia que a Terra Parou (1951), Guerra dos Mundos (1953), A Invasão dos Discos Voadores (1956), e Contatos Imediatos de Terceiro Grau, exibido somente em 1978.
  
Em 1970, o Brasil é governado por uma Junta Militar, época do "Milagre Brasileiro” quando muito utilizado o slogan “Brasil: ame-o ou deixe-o” e a Seleção Canarinho com o Tri Mundial. 

Quanto a mim, contava com 15 anos de idade, morava com minha família na rua Castro Alves, entre a Ramiro Barcelos e  Miguel Tostes, no Bairro Rio Branco aqui em Porto Alegre/RS.   

Estávamos na Estação de Verão, numa daquelas noites quentes, por volta das 21 horas, com um amigo, fui a uma sorveteria que ficava nas imediações da Av. Protásio Alves e o Viaduto Tiradentes, o qual dá acesso à Rua Silva Só. 

Durante o percurso, na rua Mariante, ao  passar perpendicularmente à faixa de segurança para pedestres, com a Tv. Mario Sperotto, observei o Semáforo, indicando sinal verde para os automóveis; alguns passos adiante, não ouvindo nenhum carro se deslocar, parei e olhei para trás, quando então observei que, apesar de o sinal já ter aberto para os automóveis, estes, continuavam ali parados e, seus condutores, fixamente olhavam para o céu e, os para-brisas dos veículos, refletiam listras vermelhas do céu. 

LOCAL DO AVISTAMENTO – NA OCASIÃO A CALÇADA COMEÇAVA ONDE ESTÃO PLANTADAS AS ÁRVORES NO CANTEIRO CENTRAL. 

Da calçada, corri para o meio da rua, saindo debaixo das copas das árvores, me posicionando junto aos carros, para poder observar o fenômeno, o qual, já estava em andamento há alguns segundos. 

 Vi objetos vermelhos, (acho que eram redondos) a grande altitude, deixando no seu trajeto um rastro da mesma cor, largura e densidade. 

Havia se formado um grande retângulo no céu, sendo que, as duas linhas paralelas que formavam o retângulo eram compostas pelas caudas dos próprios objetos. 

Era como uma tela gigante tivesse sido aberta no  céu noturno, o qual era de “brigadeiro”. 

Dentro da área do retângulo, os demais objetos, transitavam na mesma direção e velocidade. 

Era com se tivesse surgido um portal no céu onde ovnis se deslocavam de norte a sul. 

Para ilustrar a dimensão da largura deste retângulo, a distância entre as estrelas Rigel e Saiph  da Constelação de Orion,  talvez se aproxime. 

Surgiam a partir de uma linha imaginária, tal como surge, por exemplo, a EEI - Estação Espacial Internacional quando cruza o céu de Porto Alegre.  

Todos tinham o mesmo formato. 

A cauda ou rastro dos objetos chamava a atenção pelo tempo que perdurava visível, pois começava a desaparecer somente depois de um ou dois segundos do objeto sair do campo de visão e, na mesma velocidade.  

Assim, o tamanho da cauda dos objetos era um pouco maior que o campo visual.  

Dos rastros deixados por aviões, cometa (coma) e meteoritos em nada se assemelham, por serem curtos ou translúcidos.  

Neste caso, era completamente diferente, o rastro desaparecia ou desintegrava-se pela ponta. 

Era como se estivessem puxando uma fita vermelha. Para o observador, a cauda estaria se desfazendo. 

A cauda até parecia ser prolongamento da estrutura devido a sua densidade.  

Não se observava nenhuma diferença entre a cor do objeto e o seu rastro, o que faz pensar se realmente era uma cauda.  

A melhor ilustração, que vem a mente do formato do rastro deixado pelos objetos, seria a observação da passagem de uma grande locomotiva, quando o vagão principal seria o emissor do rastro, os óvnis, enquanto, os demais vagões,  seriam a cauda, a qual, o observador poderia constatar seu desaparecimento, tão somente, na passagem do último vagão. 
Enfim, deixaram parte do firmamento todo listrado de vermelho.  

Apesar dos objetos estarem distribuídos aleatoriamente, posicionavam-se em formação retangular, o que evidenciava não ser fenômeno natural. 

Então foram dezenas de objetos, tendo o fenômeno perdurado talvez, por 20 segundos, sendo de difícil aferição diante do transcurso de tempo, desde o avistamento.  

Estavam indo em direção Norte/Sul. 

A velocidade destes objetos talvez fosse um pouco maior que a EEI – Estação Espacial Internacional.  


Foto acima rastro de um míssil sobre  a Cidade de Damasco, Síria.  

Apenas para melhor ilustrar como seriam os rastros deixados pelos objetos, exceto que, neste exemplo, a cor esta desfragmentada e rastro vai perdendo seu brilho, o que não ocorreu.  

Enfim, foi meu primeiro avistamento, voltando a vê-los, somente em março de 2008, ou seja, 36 anos depois.  

Mas foi em meados de 2014/2015 que pesquisando na internet sobre este avistamento, descobri neste site o relato do Ufólogo, Sr. Vitor Soares, residente em Gravataí, mencionando ter visto objetos em formação de coluna, indo para o Sul. 

A partir daí, foi possível resgatar detalhes deste avistamento, como data do ocorrido, bem como, material jornalístico, já que, tinha lido sobre este show em um dos jornais da Capital na manhã seguinte.

Como não tinha registrado nenhum dado sobre o evento, fiquei mais de 40 anos, sem poder dar detalhes do episódio. 

No outro dia, jornais da Capital, quase na totalidade, reportaram este fenômeno. 

Foi mencionado por este site, uma publicação realizada pelo jornal Correio do Povo sobre o evento, a qual não tinha conhecimento. 

Porém, como havia lido sobre este fato no dia seguinte, ou seja, em 09 de fevereiro de 1972, procurei, então, pela matéria nos arquivos da Caldas Júnior, após ter tido acesso a data do episódio.  

Então para enriquecer o trabalho de pesquisa até agora desenvolvido, anexo cópia da publicação realizada no dia 09 de fevereiro de 1972, pela Folha da Tarde. 

Dito isto, gostaria de deixar uma homenagem ao responsável pelo Blog, pois foi graças a este trabalho, que pude confirmar o testemunho de outras pessoas, a quais também presenciaram  a  verdadeira Astrovia  que foi aberta no céu naquela noite, tendo recebido esta informação como se fosse minha Certidão de Nascimento na Ufologia. 

Antes de finalizar gostaria de informar, que, até hoje, não logrei êxito em localizar um avistamento dessa magnitude, ou seja, formação retangular, apesar de acompanhar e pesquisar freneticamente sobre este assunto, desde então. 

Um abraço! 

(*)Relato do Sr. Paulo Tafras.


Atualização: 03/02/2020 


Boletim nº1 - ano 1 - NAVEX ( ICCS - IRMANDADE CÓSMICA CRUZ DO SUL - UFOLÓGO JOSÉ VICTOR SOARES). Apesar do boletim ter sido emitido somente em 1975, é um importante documento que ratifica o testemunho de José V. Soares e sua esposa.

Graças a gentileza, presteza e boa vontade dos amigos e colegas da A.F.U (Archives for the unexplained) foi possível ter acesso a este e outros boletins.




(*)O levantamento de informações continua....